sábado, 23 de outubro de 2010

#9 LETTER TO SOMEONE YOU WISH YOU COULD MEET

Decidi que não iria realizar a carta número oito, intitulada: #8 LETTER TO YOUR FAVOURITE INTERNET FRIEND .
Acho um tanto ridículo estar a gastar o meu tempo a falar de amigos virtuais enquanto existem tantas coisas que podem ser discutidas. Se tivesse necessidade de o fazer, fá-lo-ia. Mas não é o caso, e por isso, decidi passar á próxima carta.
Na verdade, não tenho necessidade de conhecer ninguém. Estou farta das pessoas, estou farta desta sociedade, ainda que eu mesma faça parte dela, e ainda que eu cometa imensos erros e seja igual a todos vós…Sinto-me farta. Criticamos erros de terceiros e passado uns tempos estamos nós a cometer esses mesmos erros. É irónico, somo todos iguais. Ainda assim, isto desgasta. Se calhar não estou farta apenas das pessoas que me rodeiam, se calhar estou farta de tudo o que está ao meu redor. Se quero fugir? Até queria. Se acho que ía mudar alguma coisa? Não. Em todo o lado se encontram as coisas de igual forma. Existem sempre o tipo de pessoas que não suportamos, existem sempre as manias dos estereótipos, existem sempre as más-línguas e as pessoas que apontam o dedo a este ou aquele. Pessoas especiais? Eu acredito que existam. Mas é preciso tempo para encontra-las, tempo para conhecê-las, tempo para percebê-las, tempo para as conquistar-mos, tempo para tudo. Tempo esse que apenas existe na nossa mente e que nos sufoca muitas das vezes, vendo-o correr e não conseguindo acompanhá-lo. É frustrante. Talvez fosse uma dessas pessoas especiais que eu precisasse de conhecer. Embora sejamos todos iguais existem sempre aquelas pessoas que se realçam, que tenham outro tipo de vida, outras perspectivas de tudo, outra filosofia. Uma pessoa que não desse importância nenhuma a tudo o que está ao seu redor, que sentisse algo completamente contrário ao que estou a sentir agora. Alguém que tivesse acordado de um sonho e que tivesse percebido que apenas o facto de existir é relevante e deve ser aproveitado. É assim que penso em algumas ocasiões, mas neste momento algo me perturba… falta-me muita coisa. Falta-me paz de espírito, falta-me um lugar só meu onde possa estar somente comigo e com a minha alma. Onde por um minuto apenas eu possa compreender o meu íntimo, olhar para ele e perceber tudo o que se está a passar. Falta-me tempo para tomar decisões que vou adiando por não querer tomá-las. E é aí que sigo ao sabor do vento… que deixo as coisas andarem. Não vou adiantar muito mais, estou demasiado confusa.
Estou á tua espera.



With love, Daniela Teixeira *

7 comentários:

  1. bue bem escrito .. tens uma percepção , uma naturalidade a escrever incrivel..
    fiquei fã.. :)

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  2. A sociedade em que vivemos é tão cheia de nada :O

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  3. Concordo contigo quando frisas e objectivas a teu ver o estado da sociedade, mas garanto-te que existem pessoas que sobrelevam a multidão de indiferentes. Em todo o caso, se todos pensássemos o mesmo significaria que ninguém pensaria muito, ou se todos fossemos diferentes tornar-se-ia banal essa diferença. Por isto, penso ser importante existir na sociedade um pouco de tudo, cabe-nos a nós procurar alguém com as características que procuramos.

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  4. A nossa sociedade é lamentavel na maioria das vezes!

    Texto muito bem escrito, parabéns!

    Beijos

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  5. Como tu bem o disseste. Quando me dão alguns momentos de criatividade escrevo sempre em parte sobre a sociedade e um outro problema meu com o tempo.

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O teu anonimato é o reflexo da tua ignorância e cobardia. Aceito críticas, mas somente quando dão a cara.