segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sem título.

Sabes? Às vezes fico durante momentos que parecem eternos a pensar no tempo que desperdiçamos com este tipo de coisas. E embora sinta que estamos a desperdiçar o nosso tempo que é um só, sinto que preciso de fazer isto para te provar que as tuas atitudes nem sempre são as mais correctas. Nunca gostei de ser segunda opção para ninguém, e embora compreenda que tenhas estabelecido as tuas prioridades numa certa altura da tua vida, não consigo de todo, desligar-me dos tempos em que éramos a primeira opção uma da outra. Este tempo doloroso em que quebrámos contacto serviu para quê? Não sei. A mim diz-me que a nossa história não consegue ter fim. Por muito que exista orgulho da parte de cada ser humano, existem momentos em que ele é tanto, que acaba por explodir. E é aí que percebemos que existem pessoas que nos completam, que fazem parte da nossa vida, e que por muito que se tente colocar um ponto final numa história que não parece ter qualquer tipo de sentido, não se consegue. Tenho saudades tuas, tenho mesmo muitas. Acho que seria impossível dizer-te que não tinha, passou muito tempo. E o que é certo é que estava habituada a ter-te todos os dias do meu lado. Um ombro amigo que eu sei que estaria sempre do meu lado para me amparar, tal como sempre esteve. Isto é tudo muito bonito, mas também há coisas que magoam, e a saudade às vezes não basta. As mudanças foram muitas, a distância era cada vez maior. E entre não te ter de vez em quando, e não te ter por completo, escolhi a última opção. Achando que seria a menos dolorosa para mim, que seria igual ou até mais fácil. É certo que contigo as minhas escolhas nunca foram as mais acertadas, e todas elas sempre me provaram que não consigo viver sem ti. Ou melhor, até consigo. Mas vivo com um eterno vazio dentro de mim. Como se fosses uma das etapas da minha vida que não está presente e que não me deixa ser quem sou. Acho que a nossa fase conjunta já lá vai … As coisas não são nem nunca mais serão iguais. Porque a partir do momento em que existem estas pequenas grandes quebras de contacto, perdesse muita coisa. A confiança mantêm-se, mas penso que grande parte das coisas importantes não conseguem ser recuperadas. Não fico triste por isso. Sempre soube que nada era eterno, nem mesmo tu. Mas acredito que a confiança que existiu e que ainda hoje permanece, não tem qualquer forma de morrer.

Com mágoa, Daniela Teixeira *

Ps- Http://www.youtube.com/watch?v=TOrnUquxtwA

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Despair.

Apago a luz. Deito-me e tento ter uma noite descansada. Tento fechar os olhos e adormecer. Tento sonhar, mas apercebo-me que nada disso é possível. Algo na minha mente e no meu coração me deixa sobressaltada, ansiosa. Voltam as insónias. Há muito tempo que não sei o que é o sono, o que é dormir.
Levanto-me da cama. Fico sentada e torno-me num mar de lágrimas. Pergunto-me « porquê? ». Mas nunca existem respostas para as escolhas do destino. Decido que preciso do vento para me secar as lágrimas. Levanto-me e vou de encontro á sala. Á varanda ; ao ar ; ao vento. Fecho os olhos. O vento seca-me as lágrimas. É o meu calmante, o meu porto de abrigo. Olho á minha volta e é como se fosse só eu no mundo. Tudo em paz, tudo calmo. Eu, o vento e os sons. Mais nada. Desabafo comigo própria e amparo a minha própria queda. Afinal se caí, só tenho é que me levantar. Saio da varanda, vou até á cozinha, agarro na minha garrafa de água fresca e tento acalmar o corpo que treme… Não sei se de frio, se de insegurança.
Volto ao quarto. Deito-me e trespasso tudo o que sinto para o papel. Apago a luz e apenas tento adormecer.
Estas foram as minhas noites de verão.

Daniela Teixeira *

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

#10 LETTER TO SOMEONE YOU DON'T TALK AS MUCH AS YOU'DE LIKE TO



E as cartas que hoje te escrevo, não têm como objectivo serem lidas. O objectivo de tudo aquilo que escrevo, muitas das vezes, não passa de meros desabafos que dentro de mim não cabem mais. O desejo infinito de uma comunicação normal leva-me ao abismo a partir do momento em que colocas barreiras em tudo aquilo que somos. E todos os actos são feitos por escolhas que tomamos. Cabe-nos a nós destruir essas barreiras que muitas vezes construímos de forma a privar algo. Mas neste caso não há nada que deva ser privado. Não acredito que neste tipo de caso não tenha sido uma escolha. E não aceito o tempo como uma desculpa. Há tempo para tudo, simplesmente existem pessoas que gostam de viver tudo num segundo. E embora a minha necessidade de falar contigo seja extrema, cansei-me de ser sempre eu a tentar quebrar a barreira que tu decidiste construir. Só tu tens o poder de destruir aquilo que construíste. Não uses o tempo como uma desculpa pelo medo que tens dos mal-entendidos que possam surgir. Simplesmente porque eles jamais irão existir.
You only see what your eyes want to see.
E como ás vezes poucas palavras dizem muito, assim me retiro.


With love, Daniela Teixeira *