domingo, 3 de outubro de 2010

#6 LETTER TO A STRANGER

Uma carta para um estranho. Nesta carta, gostava de falar sobre algo que vejo cada vez mais e que me perturba de uma maneira inexplicável. Não quero que levem esta carta como uma crítica, mas sim como uma opinião, pois sei que não sou a única a sentir-se incomodada.
Fiz uma pesquisa na internet após ter saído do Avante10, por ter presenciado um mosh (não pela primeira vez), com o abjectivo de perceber o que de interessante têm e qual o seu significado. É certo que foi uma pesquisa em vão, pois não consegui perceber quais as suas origens, ficando apenas a saber que são realizados essencialmente em concertos de Metal (algo que já sabia e que só se veio confirmar).
Esta carta é para vocês. Para os estranhos. Para os parasitas que desconheço e que decidem fazer mosh's em concertos que nem sequer são apropriados para tal. Saí do Avante10 com uma vontade de espancar montes de pessoas. Não tenho absolutamente nada contra os mosh's nem nada contra aqueles que participam neles, mas as pessoas têm que perceber que existem lugares apropriados para tudo. Não é normal estarmos num concerto do Pedro Abrunhosa que para mim é nada mais, nada menos do que um poeta, e estar a levar com pessoas em cima que simplesmente decidiram fazer um mosh com um tipo de música que não tem nada a ver com a acção que acabaram de tomar. Para além de magoarem as pessoas, não respeitam nem o artista nem quem quer apreciar a música em sossego. A Carvalhesa, que supostamente é a imagem de marca do Avante onde participam milhares de pessoas, por si só, já é uma enorme confusão de gente. Se nos pusessemos todos a fazer moch's na Carvalhesa como vi várias pessoas fazer, acabaria muita gente completamente esmagada e outras a sentirem-se extremamente mal . Não me venham com respostas do tipo : « Só estavas lá porque querias, porque quem está mal muda-se» ou então com : « Cada um faz o que quer !», porque as coisas não são bem assim. Tudo bem que é um festival, mas as pessoas têm que se respeitar , e sobretudo respeitar o espaço. Se estivessem a actuar por exemplo os Slayer, até percebia que se fizessem mosh's a fio, e aí quem não gostasse não ía . Mas não é o caso. Simplesmente não houve respeito e continuará a não haver porque parece que só a maldade e o que é estúpido de fazer, é que entra na cabeça desta nossa nova sociedade. De qualquer das formas, escolhi-vos como destinatários para que tentem perceber que há coisas completamente ridículas, e uma delas foi a que se passou neste festival, que ao longo do tempo é eleito apenas para enrolar umas quantas ganzas e para ficar em coma alcóolico.
Cuidem-se Estranhos.


With love, Daniela Teixeira*


9 comentários:

  1. Hoje em dia há de tudo. É uma pena que assim seja.
    Que bom que é saber isso minha querida :)

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  2. Todos os sentimentos cansam e "desistem", menos o amor. Sentimento algum é tão teimoso! Até quando passa, não acaba. Posto de lado, jamais se conforma. Mesmo se afogando na impossibilidade, não morre.
    Bjs com carinho

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  3. Blog liindo *-*
    sigo-te :) faz o mesmo se quiseres :b

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  4. Mas que boa pergunta. Sabes? Depois de tanto tempo a ceder segundas oportunidades começa-se a acusar algum cansaço pois com o passar do tempo vemos que as pessoas não são merecedoras para tal. Por vezes é necessário deixar o passado atrás das costas com a esperança de que isso seja produtivo.

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  5. Carta muito bem escrita, bem elaborada!

    Adorei a forma que tu se expressou!


    Beijos

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O teu anonimato é o reflexo da tua ignorância e cobardia. Aceito críticas, mas somente quando dão a cara.